segunda-feira, 21 de março de 2011

22 de março

2006 – Surpresa! Anãs marrons

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Anãs marrons podem ser de difícil detecção até mesmo para grandes telescópios (http://www.eso.org/public/news/eso0611/)

Durante milênios o homem acreditou que o Universo fosse composto somente daquilo que é visível a olho nu. A noção de que pode haver astros, até mesmo estrelas, flutuando em distâncias menores do que o limite do visível só nasceu com o advento do uso do telescópio. E mesmo depois de aprender a usar o telescópio, ou exatamente por isso, o homem ainda teve surpresas. Ele já estava examinando Urano, as outras galáxias, os sitemas estelares múltiplos... quando de repente topou com os asteróides que praticamente raspam na Terra. E não foi esta a única "topada" com o desconhecido batendo à porta.

No dia 22 de março de 2006, há cinco anos, o European Southern Observatory publicou o resultado de um estudo feito com o uso do Verry Large Telescope de Cerro Paranal, Chile, aplicando o dispositivo NACO (http://www.eso.org/sci/facilities/paranal/instruments/naco/) que constatou a existência de uma estrela anã marrom no 24º sistema estelar mais próximo do Sol.

Anãs marrons são estrelas pequenas e de baixa temperatura, algo como um astro intermediário entre um grande planeta gasoso e uma pequena estrela amarela. Não foi a primeira anã marrom descoberta e nem a mais próxima. A estrela Epsilon B da constelação do Indio é na verdade um sistema composto de duas anãs marrons, situadas a 16 anos-luz do Sol e é possível que existem anãs marrons flutuando por aí, mais próximas do que até hoje era possível supor.

O comunicado do ESO, datado de 22 de março de 2006, chama a atenção para esta surpreendente característica da pesquisa astronômica:

"At a time when astronomers are peering into the most distant Universe, looking at objects as far as 13 billion light-years away, one may think that our close neighbourhood would be very well known. Not so. Astronomers still find new star-like objects in our immediate vicinity. Using ESO's VLT, they just discovered a brown dwarf companion to the red star SCR 1845-6357, the 36th closest star to the Sun."


Departamento de Astronomia da UFRGS - 40 anos

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http://www.if.ufrgs.br/ast/


A Astronomia na UFRGS existe antes mesmo da formalização institucional da Universidade (fundação do Observatório em 1908, criação da UFRGS em 1934). Em 1971, no quadro da reestruturação das universidades federais, o Instituto de Física recebeu as atribuições didáticas que até então estavam a cargo da Faculdade de Filosofia. Pelo novo estatuto da UFRGS, o número mínimo de departamentos em uma Unidade Universitária seria de dois, já existindo o Departamento de Física. Em conseqüência, considerando que já existia na UFRGS uma atividade consolidada em Astronomia, foi criado o Departamento de Astronomia, ligado ao Instituto de Física, o qual também passou a administrar o Observatório Astronômico.

A primeira reunião do Departamento de Astronomia ocorreu em 22 de março de 1971, e significativamente, teve como local o prédio principal do Observatório do Morro Santana, na época em final de construção. Participaram desta reunião os professores: José Carlos Haertel, Edemundo da Rocha Vieira, Vitor Francisco de Araújo Haertel, e Jorge Alberto Castro de Faria. Estiveram presentes, também, os bolsistas do Instituto de Física, Rogério Livi e Silvia Helena Becker Livi. Nesta reunião foi eleito o primeiro Chefe do Departamento (Prof. José Carlos Haertel), e foram dadas as providências para consolidar as atividades de ensino, pesquisa, e extensão em Astronomia na UFRGS, incluindo: a decisão de construir um fotômetro estelar (inicialmente com o apoio do Observatório de La Plata, Argentina); o aprimoramento do quadro de pesquisadores e o início da pós-graduação (com a vinda, aprovada nesta reunião, dos doutores Federico Strauss e Zulema Abraham); e o oferecimento da disciplina “Introdução à Astronomia”, a cargo do Prof. Edemundo.

O advento da moderna Astrofísica na UFRGS, nestas circunstâncias, deveu-se à criação do Departamento, à qualificação do quadro de docentes e pesquisadores, e à inauguração do Observatório do Morro Santana.


Texto: Prof. Dr. Jorge Ricardo Ducati.

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